Subprocessos BPMN: Entenda e Organize Seus Diagramas

À medida que os processos de negócio se tornam mais complexos, subprocessos tornam-se essenciais para manter a clareza, modularidade e reutilização. Neste artigo, você aprenderá o que são subprocessos em BPMN, quando usar cada tipo e como aplicá-los de forma eficaz.
O que é um subprocesso em BPMN?
Um subprocesso é uma atividade composta — em outras palavras, representa uma sequência de tarefas agrupadas que são tratadas como um único passo no processo principal. Em vez de mostrar todas as atividades de uma vez, o modelo exibe apenas o bloco de subprocesso, com detalhes disponíveis para aqueles que desejam expandi-lo ou analisá-lo separadamente. Subprocessos ajudam a: - Dividir grandes processos em partes mais gerenciáveis; - Reutilizar lógica comum; - Tornar os diagramas mais fáceis de ler e manter.
Benefícios de usar subprocessos
Subprocessos são aliados estratégicos na modelagem de processos porque promovem clareza, modularidade e padronização. Ao organizar um processo em partes menores e coesas, você melhora a comunicação entre as equipes e torna o modelo mais fácil de manter e evoluir ao longo do tempo.
- Organização: Mantém o processo principal limpo ao agrupar atividades relacionadas em blocos.
- Foco: Permite que as responsabilidades sejam divididas entre áreas ou equipes, facilitando a delegação e o entendimento.
- Padronização: Possibilita a reutilização consistente de fluxos que se repetem em diferentes partes do negócio.
- Governança: Melhora o controle sobre partes críticas do processo, apoiando a manutenção e a auditabilidade.
Tipos de Subprocessos BPMN 2.0
Ao modelar um processo de negócio, é comum identificar partes que merecem mais detalhes ou agrupamento lógico. O BPMN 2.0 oferece diferentes tipos de subprocessos para esse propósito, cada um com um papel específico. Compreender essas variações é essencial para representar seu processo de forma clara e precisa.
A tabela abaixo fornece uma visão geral dos principais tipos:
Tipo de Subprocesso | Descrição |
---|---|
Subprocesso Incorporado | Definido e detalhado dentro do diagrama principal. Pode ser expandido ou colapsado. |
Atividade de Chamada | Chama um processo externo e reutilizável que pode ser versionado separadamente. |
Subprocesso de Evento | Acionado por eventos como mensagens, tempos limite ou sinais. |
Subprocesso Ad-Hoc | Execução flexível sem uma ordem de tarefas predefinida. |
Subprocesso Transacional | Representa uma transação que pode ser confirmada ou revertida. |
Subprocesso Embutido
Um subprocesso embutido é o subprocesso mais direto em BPMN. Ele é modelado dentro do mesmo diagrama de processo, o que significa que suas tarefas internas estão totalmente contidas dentro do processo pai.

Características principais:
- Parte do processo principal, com eventos de início e fim integrados.
- Pode ser representado de duas maneiras:
- Colapsado: um retângulo com um ícone de “+” no centro.
- Expandido: mostra todas as tarefas internas diretamente no diagrama.
- Ideal para detalhar uma seção do processo sem criar um novo diagrama.
- Não pode ser reutilizado em outros processos.
✅ Quando usar:
- Quando as tarefas estão intimamente relacionadas ao processo principal.
- Para melhorar a legibilidade do diagrama agrupando ações relacionadas.
- Quando a reutilização em outros fluxos não é necessária.
Exemplo:
Em um processo de "Registro de Novo Cliente", tarefas como verificar documentos, validar dados e aprovar o registro podem ser agrupadas em um subprocesso embutido chamado "Verificar e Aprovar Cliente".
Atividade de Chamada: o verdadeiro "subprocesso reutilizável"
No BPMN 2.0, o elemento oficial para reutilização é chamado de Atividade de Chamada.
💡 O que é isso?
Uma Atividade de Chamada é uma atividade que invoca um processo separado, que pode ser reutilizado em diferentes processos ou em múltiplos pontos dentro do mesmo.

Isso é ideal para centralizar subprocessos recorrentes, tais como:
- “Aprovar Solicitação”
- “Emitir Fatura”
- “Validar Dados do Cliente”
Benefícios da Atividade de Chamada:
- Permite a padronização de subprocessos críticos em toda a organização.
- Suporta a manutenção centralizada: alterar o processo chamado o atualiza em todos os lugares onde é usado.
- Reduz a redundância e a inconsistência lógica entre departamentos.
Subprocesso de Evento
O Subprocesso de Evento foi introduzido no BPMN 2.0 (lançado oficialmente em 2011) e representa um subprocesso que não faz parte do fluxo de sequência principal, mas pode ser acionado quando um evento específico ocorre — como uma mensagem, uma condição de tempo ou um erro.

🌟 Casos de uso típicos
Situação | Como o Subprocesso de Evento se aplica |
---|---|
Tempo de resposta excedido | Subprocesso de Evento de Temporizador envia notificação ou faz escalonamento. |
Mensagem externa recebida | Subprocesso de Evento de Mensagem inicia um fluxo alternativo. |
Erro ocorrido | Subprocesso de Evento de Erro lida com falhas de forma apropriada. |
Cancelamento solicitado | Subprocesso de Evento de Sinal reage a um sinal acionado por outro processo. |
⚠️ Interrompendo vs Não interrompendo
- Interrompendo: Para o fluxo do processo principal quando acionado.
- Não interrompendo: Executa em paralelo sem afetar o processo em andamento.
Você pode identificar isso pela linha do evento de início:
- Linha sólida = interrompendo
- Linha tracejada = não interrompendo
Exemplo:
Em um Processo de Aprovação, se nenhuma resposta for recebida dentro de 5 dias úteis, um Subprocesso de Evento de Temporizador pode enviar um alerta para o gerente e fechar automaticamente a solicitação.
✅ Quando usar:
- Para lidar com exceções, atrasos ou eventos externos.
- Para modelar ações que dependem de eventos paralelos.
- Quando é necessário monitoramento automático e resposta.
Subprocesso Ad-Hoc: quando a ordem das tarefas não importa
O Subprocesso Ad-Hoc é usado quando as tarefas internas podem ser executadas em qualquer ordem, ou até mesmo opcionalmente, dependendo do contexto ou do julgamento humano.

Características principais:
- Sem sequência explícita entre as tarefas.
- As atividades podem ser realizadas parcialmente, totalmente ou serem puladas.
- Ideal para processos criativos, colaborativos ou exploratórios.
✅ Quando usar:
- Em contextos sem sequência predefinida.
- Para modelar fluxos de trabalho informais ou criativos.
- Quando os participantes decidem o que fazer, quando e se devem fazê-lo.
Exemplo:
Em um subprocesso chamado “Planejar Evento Corporativo”, tarefas como:
- Escolher local
- Definir palestrantes
- Planejar refrescos
- Desenhar materiais promocionais
...podem acontecer em qualquer ordem ou simultaneamente. O importante é que todas sejam concluídas antes do evento, mas a ordem depende da equipe.
Subprocesso Transacional: para operações controladas em múltiplas etapas
O Subprocesso Transacional é usado quando você precisa garantir que um grupo de atividades seja concluído como uma unidade — ou todas têm sucesso, ou nenhuma tem. Este tipo de subprocesso representa uma transação no sentido de negócio e é útil quando você deseja modelar o comportamento de commit/rollback.

Características principais:
- Encapsula atividades que devem ter sucesso juntas.
- Pode ser abortado, revertido ou confirmado usando eventos intermediários.
- Usado em processos que requerem compensação ou tratamento de erros se algo der errado.
✅ Quando usar:
- Para operações financeiras ou legais onde conclusão parcial não é aceitável.
- Quando a falha de uma etapa requer desfazer etapas anteriores.
- Quando você deseja modelar explicitamente limites de commit/cancelamento.
Exemplo:
Em um processo de Aprovação de Empréstimo, você pode ter um subprocesso transacional para “Assinar Contrato e Liberar Fundos.” Se o contrato não for assinado, quaisquer preparações (como reservar fundos) devem ser desfeitas — modeladas como um fluxo de compensação.
Melhores práticas ao usar subprocessos
- Use subprocessos para agrupar tarefas logicamente relacionadas.
- Prefira Atividades de Chamada quando o mesmo fluxo precisar ser reutilizado.
- Use Subprocessos de Evento para lidar com exceções, atrasos e interrupções.
- Nomeie subprocessos claramente usando verbo + complemento: "Revisar Aplicação", "Registrar Solicitação".
- Documente processos chamados em Atividades de Chamada — incluindo versão, proprietário e propósito.
Exemplos práticos
Em um processo de “Solicitação de Material” da imagem abaixo, o subprocesso “Gerenciar Separação de Pedidos e Entrega” lida com todas as tarefas desde a separação dos itens até o envio ao solicitante.

Se você expandir o subprocesso, poderá ver todas as tarefas internas que compõem esse fluxo — proporcionando clareza enquanto mantém o processo principal conciso.

Em outro exemplo, há duas Atividades de Chamada: "Registrar Fornecedores" e "Receber Bens Comprados".

Quando você navega para o processo por trás de "Registrar Fornecedores", pode ver todo o fluxo do subprocesso.

O que é interessante aqui é que o processo chamado começa com um evento de início de mensagem simples, o que significa que pode ser iniciado manualmente a qualquer momento. Isso adiciona maior flexibilidade ao design geral, pois o subprocesso também pode operar de forma independente quando necessário.
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Perguntas Frequentes (FAQ) sobre subprocessos BPMN
Qual é a principal diferença entre um Subprocesso Incorporado e uma Atividade de Chamada?
Um Subprocesso Incorporado é definido e detalhado diretamente dentro do mesmo diagrama, enquanto uma Atividade de Chamada referencia um processo separado que pode ser reutilizado em outros diagramas.
Uma Atividade de Chamada pode chamar a si mesma?
Não. O BPMN não suporta invocação recursiva de processos. Uma Atividade de Chamada deve referenciar outro processo distinto.
O que acontece se um Subprocesso de Evento e o processo principal ocorrerem ao mesmo tempo?
Se o Subprocesso de Evento for interrompido, ele interromperá o fluxo principal. Se for não interrompido, ele será executado em paralelo sem afetar o processo principal.
Como sei quando usar um Subprocesso Transacional?
Use-o quando o subprocesso deve ser concluído inteiramente ou revertido. É ideal para operações financeiras, legais ou sensíveis.
Um Subprocesso Ad-Hoc é apenas um grupo de tarefas?
Não exatamente. Embora agrupe tarefas, a distinção chave é que ele não define uma sequência — a ordem de execução é flexível ou deixada para os participantes.
Subprocessos podem conter outros subprocessos?
Sim. O BPMN permite aninhamento de subprocessos. Um Subprocesso Incorporado, por exemplo, pode conter outro subprocesso dentro dele.
Conclusão
Subprocessos são essenciais para criar modelos BPMN claros, estruturados e eficazes. Ao entender as diferentes opções — incorporado, orientado a eventos, reutilizável, ad-hoc e transacional — você ganha a flexibilidade para representar desde rotinas simples até exceções complexas e fluxos colaborativos.
Escolher o tipo certo de subprocesso torna o processo mais compreensível para todos os envolvidos e mais fácil de manter ao longo do tempo. Além disso, boas práticas em torno da documentação e reutilização ajudam a padronizar e fortalecer a governança em seus processos de negócio.